Edifício São Vito, o treme-treme

O que é arte? Segundo o site artc.com, "arte é uma criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia e revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos. Apresenta-se sob variadas formas como: plástica, música, escultura, cinema, teatro, dança, arquitetura, etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Atualmente, alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da arte e da técnica para se comunicar". Concordo plenamente com a definição dada pelo site, mas acrescentaria algo: para mim, a arte é relativa e subjetiva. Para muitos, arte é aquilo que nos traz espanto imediato, que nos faz "saltar os olhos", que faz parar e pensar. Pois bem, pra quem não sabe, em São Paulo, atrás do Mercado Municipal (mercadão), está localizado o edifício São Vito, conhecido popularmente como Treme-treme. Para alguns ele é uma "aberração", para outros ele deveria ser demolido, e para muitos outros, ele é uma obra de arte. Por quê? Há muitos anos o Treme-treme tem sido alvo de pichadores, grafiteiros e outros. Devido à falta de cuidado e o abandono, o prédio acabou se tornando um grande "palco" para artistas anônimos. O prédio está tão pichado que virou uma grande obra de arte. A falta de vidros nas janelas e principalmente o concreto aparente dão a impressão de que a "vida" naquele lugar acabou. Pensando pelo lado urbanístico/arquitetônico e residencial, eu diria que sim, acabou. "Acabou" para se tornar referência de uma grande metrópole, onde as expressões artísticas e culturais se manifestam na forma de vandalismo, arte, ou seja lá o que for. Tenho uma grande admiração por esse prédio, creio que ele tem a cara de São Paulo. Ao mesmo tempo, não acho que o ato de pichar seja algo interessante ou bonito, só que nesse caso, a exceção fez a arte.

 por Willian Sanfer